RESENHA: Boyhood

By Eduardo Albuquerque - 1/28/2015


Às vezes chamar um filme de “filme” parece meio... pouco para alguns filmes. É o caso de Boyhood (2014), que talvez peça algo mais robusto ou completo tipo... sei lá; “projeto”, “experimento” cinematográfico.

Filmado em poucos dias anualmente num período de 12 anos – deu pra entender? - o cineasta Richard Linklater conta a história do crescimento do menino Mason Jr. Esse é o melhor ângulo para descrever o que é o filme, pois, sendo uma história que se desenrola em DOZE ANOS, não tem como achar uma “trama”, quiçá um “Fun and Games” para fazer um logline à moda tradicional. Aliás, não tem nada de tradicional nesse filme. E é por isso que não quero chamá-lo de filme, pois a apreciação por comparação será desleal. Pra ele e pro filme comparado. Sendo assim, também vou escrever essa resenha de maneira mais livre, menos formulaica.

Primeiro no que diz respeito ao roteiro. Linklater disse que a cada ano adicionava uma continuidade ao filme que vinha fazendo. Ou seja, ele roteirizava, gravava e editava. Fecha a lata. No ano seguinte, assistia pra lembrar como estava o filme e pensava “Hmmm, o que aconteceu de um ano pra cá com estes personagens?”. E roteirizava, gravava e editava; e assim sucessivamente.

Uau, que ginástica fascinante.

Ok, é verdade que ele tinha uma estrutura pré-definida e a vida pode te dar grandes fatos pra adicionar à história, como a eleição de Obama em 2008, que é inserida sem esforço no filme. Mas mesmo assim, imagine-se você como roteirista desse filme...

 12 anos de Mason (Ellar Coltrane)

Venho falando em muitas resenhas sobre a noção de espaço/tempo. De como o roteirista transforma uma percepção de momento em uma análise do mesmo. Neste experimento isso é virtualmente impossível; o cara tem que capturar um Zeitgest em tempo real e fazê-lo conversar com o desenvolvimento de seus personagens e história. Isto é INSANO! Requer uma sensibilidade e capacidade de percepção e síntese que é absurda! Mas Linklater o faz magistralmente; com os pés nas costas. Ele teve, por exemplo, a sensibilidade de filmar aqueles eMacs (agora) clássicos de plástico verde e transparente para que no futuro, quando inventassem um iMac de aço escovado, o público sentisse o passar do tempo. Fazer um filme que mostra essa passagem de tempo com o distanciamento de anos, pesquisando o que era a época... é mole. Entra no google e digita o ano, compra aqueles livrinhos de década, lê, pensa.... manda bronca. Agora, fazer na hora, sabendo olhar esses signos e dizendo “essa época - o hoje - é isso”? Sei lá, é bem genial. Eu tenho dificuldade só de fazer essa resenha, tendo visto tão recentemente a obra; imagina fazer o filme...

 Inside information da Apple ou apenas genialidade? Apenas genialidade.

Aliás, falando em mim (não eu Eduardo, mas eu espectador) é interessante pensar: o ato de ir ao cinema (ou ver uma série) é um puta investimento emocional, certo? Você “troca” 3 horas da sua vida e do seu mundo pela vida daquele personagem/mundo retratado. Como é emocionante ver, sem truques, no bullshit, Mason Jr. (e/ou Ellar Coltrane, o ator) crescer de verdade diante de seus olhos. Como deve ter sido difícil pra Patricia Arquette ver o pesar do tempo em 2 horas. Ela está uma delícia hoje - não me entenda mal - mas mulher é foda: sensível, orgulhosa; com certeza foi tema de sessão de análise pra ela hehe. É um dos preços de ser ator.

12 years later... still hot, Ms. Arquette. Still Hot.
 
Gosto muito também de como o roteiro é uma decupagem afetiva da vida do personagem. Quando você olha pra sua vida - especialmente a infância - você até consegue colocar em ordem cronológica, mas o que você enxerga são momentos afetivos. Se te pedirem pra descrever o que rolou quando você tinha 15 anos, vai dizer que você não vai começar falando “teve aquela vez que...”? São pulos mesmo. Eu lembro que minha mãe quebrou a jarra de vidro e desmaiou por conta do corte que abriu sua mão. Lembro de correr pro hospital com ela, de ficar lá com o doutor dando ponto... mas não faço idéia de como saímos de lá. Nem de como foi em casa o dia imediatamente depois disso. Da mesma forma, as transições anuais em Boyhood não são feitas com qualquer artifício de lettering, dialética, colagem, pré-lap/foreshadowing temático... Acaba lá, começa aqui, chop chop, done; on to the next one. Esta é uma preocupação que sempre tenho; a cola que une as cenas. O “por que saio dessa cena pra entrar nessa? Como faço pra entrar nesta cena, vindo desta?”. Refrescante ver um filme – ainda mais escrito e dirigido pela mesma pessoa – que consegue percorrer tanto tempo sem necessitar de muito recurso de cola.

A beca cafona e o encontro embaraçoso com a família pós-formatura ninguém esquece...

Outro ponto interessante do filme é uma questão também observada em “Chef” (2014), que é o quanto o público está acostumado ao conceito roteirístico de Setup e Payoff. Consumimos com naturalidade; como se fosse água. Quando o professor fala numa cena “Don’t drive and text” e logo depois Mason está fazendo exatamente isso, já pensamos “Oh no! Lá vem um acidente; vai ficar todo tetraplégico!”. Não conheço uma pessoa – e olha que conversei sobre o filme com muita gente! - que não tenha visto a cena dos garotos naquela casa em obras jogando “estrelas ninjas” numa tábua de madeira que não tenha franzido a cara e pensado “fudeu, vai ter um acidente; o muleque vai preso” e/ou outras variações de futuro após o inevitável acidente que... não acontece.
NOTA: Se você é *a* pessoa que não pensou isso, deixe seu comentário no final, mas nem sei se é motivo pra orgulho, caso você queira ser roteirista. Setup e Payoff é um elemento importantíssimo em uma obra dramatúrgica e você tem que estar ligado para, quando não tão bem feito, percebê-lo ou, quando bem feito, ser surpreendido por ele. Mas nunca por não notá-lo at all. Ter passado desapercebido total não me parece ser um demérito do cineasta e sim um demérito do espectador, afinal – ok, o filme brinca com isso, pois busca ser naturalista ao máximo e, de fato, acidentes acontecem, mas não 100% das vezes; muita gente por aí já acendeu fogos de artifício e tem a pele imaculada além de todos os dedos pra escrever a história... – mas num todo onde “nada” acontece tradicionalmente, onde a narrativa é muito mais flutuante, estas pequenas tensões saltam loucamente da tela. Especialmente no cinema oriental e a super em voga estética do fluxo, que muitas vezes vivem disso! Então Setup e Payoff é utilizado, de uma forma ou de outra, tanto pelos que buscam cinema pipoca quanto cinema de arte. É gramatical; se aplica a qualquer tipo de roteiro, ou melhor; de história. Resumindo: você deveria notar. 

 Garotos... não dirijam e escrevam! Mesmo que hajam vezes em que nada acontece.

Por fim, alguns pensamentos sobre Richard Linklater. Dizem que todo bom cineasta faz sempre o mesmo filme. E dizem certo; acho na verdade que na arte em geral essa frase cai bem. Variações sobre o mesmo tema; cada ser humano é muito único pra não explorar obsessivamente o que lhe é peculiar. A busca fora sempre é infrutífera; todas as cores, sabores e sentimentos estão dentro de você e é você o único responsável pela ativação/vivência de cada uma delas – por mais difícil que seja controlá-las. Quando você consegue fazer esta auto-análise e consistentemente inserí-la em obras audiovisuais, chamamos de “linguagem própria”. São raros os que conquistam merecidamente o prefixo “um filme de” e nós, movie goers, escolhemos seus filmes por eles mais do que por atores ou história. Spielberg, Tarantino, Woody Allen, Wes Anderson, Scorcese... Gus Van Sant? Até pouco tempo Shyamalan.

Acho que Richard Linklater pode ser colocado neste grupo, embora não seja um deles. É um outcast. Não que os outros sejam minimamente parecidos entre si, mas o que põe Linklater neste grupo não é sua estética, sua refinação, eloqüência gramatical, olhar próprio, fórmula própria, ou seja; sua técnica audiovisual... Seu leitmotif é a sua coragem. Coragem de, a cada projeto novo, tentar um experimento diferente, buscando uma percepção diferente do receptor, um uso diferente do meio. Claro, há continuidade de signos, discurso etc. entre seus filmes; não tem como não ter. Mas o mais notável me parece ser exatamente essa busca por experimentar ser diferente a cada vez. Quando penso nele arquitetando um novo projeto, imagino-o um jovem estudante na aula de “Teoria da Comunicação” analisando o diagrama do processo de comunicação (meio-mensagem-receptor blábláblá) e pensando “Hmm, how will I fuck this up now?”.

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11 comentários

  1. Boa resenha, brother. Quanto a discurso, Linklater tem sim uma continuidade; todos os filmes dele que lembro mostram um pouco dessa busca por um sentido de vida, têm personagens perdidos que filosofam e buscam esse sentido, e muitos tratam justamente de juventude e amadurecimento. Mas também acho muito legal isso que ele sempre está experimentando com a mídia. O mais legal deste "Boyhood" pra mim é que é um filme sem início, meio e fim, porque nossa vida, a rigor, até tem esse início e fim (nascimento e morte), mas é uma longa história contínua e, se você for resumir qualquer trecho em duas horas e meia, provavelmente não terá um início claro ou um fim claro. Sei lá, talvez eu esteja viajando, mas essa foi minha sensação. Grande abraço! PS: Ah! Não me liguei no momento do text-and-driving, mas certamente na hora da estrela ninja eu achei que alguém ia se machucar, no doubt. E na hora que ele chega em casa tarde depois de fumar um base, tinha certeza que o novo marido da mãe ia dar esporro e ele só diz "Happy Birthday"... Mas já é um setup pra depois, quando ele dá um esporro por chegar mais tarde.

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    1. Valeu pelo comentário, Adri!

      Acho que, de certo modo, TODO filme tem isso que você falou, não? Sempre temos um protagonista incompleto. Se ele está pronto para a vida, não tem nada de interessante para vermos nele. A gente gosta é da transformação...

      Mas você achou que esse em específico tinha isso muito latente? Curioso, eu vi de outra forma. Vi essa necessidade de se encontrar não como uma "busca", mas como uma coisa natural da vida. Diferente do clássico herói que tem que fazer ele as ações porque a mudança é inevitável, aqui a mudança é inevitável e Mason vai por ela sem problemas, sofrendo e triunfando quase inerte. É o "boyhood"; um processo que desemboca na "manhood", que termina no "old...hood", sei lá. Mas uma coisa orgânica e inevitável da vida e do passar do tempo e não ocasionada por um fato "catalisador"/cataclísmico.

      Nem parei pra pensar isso, mas, sem dúvidas, deve ser muito difícil achar um início meio e fim desse filme. Tem que fazer um certo esforço de vontade pra achar a estrutura clássica nessa história.

      O legal desse filme é a geração desse tipo de debate mesmo. Quando ele ganha vida fora da tela é sinal de que tem algo especial nele!

      Abs!

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  2. Acho que o fato do filme "não necessitar muito o recurso de cola", como você diz, é mais indicativo do filme não ter uma história tradicional de filme.
    A vida simplesmente acontece e não vemos os 3 atos tradicionais.
    Mas ao mesmo tempo isso cria um ar quase de documentário para o filme, que parece ser apenas um experimento de acompanhar a vida de um garoto e sua família para mostrar o cotidiano de uma família americana.
    Na minha opinião, a maior conquista do filme é o uso dos mesmos atores em um período de filmagem tão grande.
    Pois como já ouvi falarem, e concordo plenamente, se fossem atores diferentes para as fases da vida dos personagens "jovens" do filme, ele teria o mesmo resultado final. Só não teria a aclamação pelo "fantástico trabalho de 12 anos".

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    1. Yo, Ed!

      Por isso que não acho justo (nem com Boyhood, nem com outros filmes) chamá-lo de filme. É um experimento cinematográfico mesmo. Afrouxar a estrutura em 3 atos muitos fazem, mas criar essa experiência de comprimir em 2 horas e tanto um crescimento/desenvolvimento de personagem através de fatos isolados é um feito e tanto!

      Não diria nem que é a maior "conquista" do filme manter os atores, porque o filme é meio "SÓ" isso. Então, vejo diferente; se fossem usados atores diferentes na passagem de tempo, teríamos um resultado final completamente diferente. A maior conquista, para mim, é o tempo real de filmmaking; o escrever uma história absorvendo o que vai acontecendo no mundo sem deixar sua narrativa ficar doida e sem sentido; conseguindo capturar o zeitgeist e imprimindo-o na tela.

      Linklater sabe fazer filmes "amarradinhos", tipo Escola do Rock (que eu adoro e é dele). O ar documental, que você menciona, eu vejo como uma virtude de um bom contador de história e não demérito do seu roteiro.

      Abração!

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    2. O problema é que boyhood é um filme, não um experimento, e foi vendido como um filme, com o grande gancho da produção longa.
      Todo seu marketing pré-lançamento foi voltado para os 12 anos de filmagem e usarem os mesmos atores (sendo que até assistir o filme, pelo que tinha ouvido, o único que teria participado pelos 12 anos era o personagem principal). Você poderia perguntar a qualquer pessoa que não tivesse visto o filme que ele não saberia te dizer sobre o que é. Pois realmente não tem uma história no modo tradicional.
      Se ele quer fazer um experimento, venda como tal.

      Sobre o crescimento do personagem, o único que vi foi o de tamanho. Pois não há momento algum que ele passe por um grande problema e precise mudar sua atitude. Ele simplesmente é colocado em várias situações relativas a sua faixa etária. Se houve crescimento pessoal, ficou muito bem escondido.

      Como você mencionou, o diretor tem vários filmes amarradinhos, como Escola do Rock (que também adoro), mas boyhood não é um deles.

      Abraço

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    3. Entendo o seu descontentamento, mas acho que devemos sempre analisar o filme pelo que ele é. Quando entra essa variável de "como o filme foi/vai ser vendido" complica tudo. Morro de medo desta interferência quando com as coisas que escrevo e entendo que, sem dúvidas, trata-se de uma influência determinante na maneira com a qual o público irá absorver o filme. É aquela história de "pouco importa o que você quis dizer e sim o que o público efetivamente entendeu daquilo". Aí concordo com você; uma vez que põe no mundo, a obra n"ao é mais "sua".

      Então, lembrando que estamos numa indústria onde uma porrada de gente trabalha (ver o post de ontem "cinema: esporte coletivo"), muitas vezes, foge do controle do cineasta esta relação expectativa vs. realidade. Mas isto no que diz respeito à recepção do público. No caso da apreciação do storytelling do filme, eu não consigo não ver como exemplar a maneira com a qual ele mostra o crescimento de Mason.

      Não é porque não houve grandes reviravoltas que ele não cresceu. O filme busca bem claramente mostrar que a soma dos fatores nos faz quem somos, não acha? Aliás, acredito que um personagem crescer, não significa necessariamente "melhorar" e sim, desenvolver. Ele pode terminar um filme menos honesto do que no começo etc. Só não pode ser o mesmo (ou então pode, desde que tenha mudado e decidido voltar a ser o que era. Não pode ser monocórdico). Especialmente num experimento cinematográfico onde a busca é por uma fluidez mais natural, menos "Hollywoodiana" com seus tradicionais elementos de coerção narrativa. Mason não se transformou de uma criança curiosa em alguém mais introspectivo? Não desenvolveu um senso de humor? E os pais? A mãe que começou se "emancipando", levando uma vida em busca de sua realização profissional e no fim, ao ver seus filhos indo embora, não refletiu sobre tudo isso orgulhosa de si pelos filhos, mas não por ela, em crise por estar sozinha? E o Pai(!), este então... vimos o cara como ausente, buscando seu sonho e se conformando com a vida, criando uma nova família e se tornando o que a mãe, no fundo, sempre esperava dele. Acho injusto dizer que não há crescimento, nem história. Há. Só é contada de maneira diferente, abrangendo-a e desdobrando-a de maneira mais ampla.

      =)

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    4. Só complementando de certa maneira: Boyhood tem pouca trama. Isso sim. 100%. Perfeito.

      Mas tudo bem, tem filme que o que importa é a trama. Outros focam mais no desenvolvimento de personagens, a trama é o de menos na real. Se você conseguir ter os dois fluindo bem + diálogos interessantes e situa-los num mundo maneiro... você tem grandes chances de ter um bom roteiro.

      Isto não pode ser um demérito porque é uma escolha consciente do diretor. No máximo uma predileção do espectador. Eu, por exemplo, acho que, se tiver que escolher, prefiro um filme com bons personagens e diálogos num mundo maneiro. Mas não posso julgar pelo meu gosto e sim pela compleição dos objetivos do roteirista e concatenação lógica de uma história.

      Nossa, que discussão boa! To adorando, espero que os nossos leitores também =)

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  3. eu vi o começo desse filme no avião e ainda não vi o resto! legal ler resenha de quem entende de roteiros! eu assisto o filme sem pensar em nada hahahaha bjs kiri

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    1. Oi, Kiri!

      Na verdade eu vejo tentando não pensar em nada. Se o filme é bom eu nem penso, fico grudado na história. Geralmente esses pensamentos vem depois! =)

      Poxa, vale a pena ver o filme todo! Eu vi com a minha namorada, mas, se der, veja com sua mãe, seu pai e irmão... deve ser uma experiência bacana!

      bjs!

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  4. Antes de mais nada, parabéns pela ótima resenha. Com relação ao quesito "coragem" que coloca o Linklater entre os grandes diretores com personalidade, acho que existe também um outro quesito que é a maneira que ele escreve os diálogos dos personagens. Ele está sempre buscando parecer o mais real possível. Acho que isso é uma característica presente em todos os filmes que ele escreveu e dirigiu. Talvez não tanto nos filmes que ele só dirigiu. Gosto muito dessa busca dele. Isso muitas vezes gera conversas sem graça e sem sentido. E assim que é na vida real, né? Curto essa maneira despretenciosa. Os diálogos não precisam ser geniais o tempo todo. Mas mesmo assim ele não deixa de colocar uma frase ou outra que marca um filme. Como um baterista que está lá tocando seu feijão com arroz, mas sabe dar aquela crescida no momento certo ou até continuar no feijão com arroz. Linklater me toca bastante pela sinceridade nos diálogos e em atuações discretas de seus personagens.

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    1. Que honra um comentário do genial Paulo Pilha no blog!

      Pois é, um roteirista manda bem quando o espectador vê um filme e fala "po, parece que os atores tão inventando as falas, falando o que vem à cabeça". O que um roteirista tenta fazer quando escreve é parecer o mais natural possível, o menos "escrito" possível.

      Agora, discordo de você. Acho muito mérito "diretorial" isso. Porque é ele quem controla a atuação dos atores. Criar um ambiente propício pra naturalidade dos diálogos e consistentemente buscar a naturalidade da atuação é algo que só ali no set dá pra fazer mesmo.

      Aliás, um dos filmes recentes mais memoráveis nesse quesito é o "The Spetacular now". Se você curte esse tipo de diálogo, dá uma olhada nesse filme. É o que melhor capturou a "voz" do adolescente americano (real) contemporâneo, na minha opinião.

      Abração!

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