Todas as sextas-feiras eu respondo perguntas enviadas pelos leitores do blog. Se quiser me mandar uma, acesse este link e aperte enviar (ou tente nos comentários!).

Vamos ao desta semana!

Você já fez algum roteiro pra teatro? Quem faz roteiro pra cinema costuma fazer roteiro pra teatro e vice-versa?

Paulo Pilha

Fala, Pilha!

Não há uma regra. Conheço alguns roteiristas de cinema e TV que já fizeram peças de teatro. João Falcão teve uma carreira de sucesso no teatro antes de ingressar na TV e fazer dois filmes para o cinema ("A máquina" e "Fica comigo esta noite"). A genial Patricia Andrade, responsável por roteiraços do cinema nacional da última década (como "2 Filhos de Francisco" e "Salve geral") e minha parceira no aguardado "A Esperança é a última que morre" (em agosto nos cinemas!),  escreveu para o teatro "Cassia Eller - o musical" e, com o não menos genial e querido mestre Nelson Motta (dispensa créditos, né?), o também musical "S'imbora, a história de Wilson Simonal".

Pelo que conversei com ela, na última vez que papeamos, é um ramo especialmente interessante pela questão financeira, pois no teatro você também pode negociar uma porcentagem na bilheteria, mas, diferente do cinema, onde um filme fica em cartaz por - no máximo - 2 meses (e se você for muito sortudo!), uma peça fica anos rodando o país. Claro que, no caso dela, são peças high profile (e não poderia deixar de ser, devido a sua existosa carreira), mas, considerando a natureza não-CLT da nossa profissão, é um bom investimento mesmo fazer um roteiro para teatro, ganhar seu dinheirinho e, sem fazer mais quase nada, deixar a peça lá rendendo um pouquinho como se fosse uma poupança, mês a mês, gerando mais segurança e tranquilidade, enquanto você faz outros trabalhos e acumula mais dinheiro.

Agora... eu?!

Nunca fiz. E não me imagino fazendo. Nunca fui de teatro; tenho horror à interatividade. Só de imaginar que o ator pode me ver na cadeira, entro em pane pensando "pqp e se eu tossir e desconcentrar ele?". Então não saberia nem por onde começar. Mas, claro, seria um desafio maneiro. Se um dia pintasse uma oportunidade que me animasse a aprender,  pois se cinema e TV já diferem bastante entre si, Teatro então é um animal completamente diferente... por que não?

Valeu pela pergunta, fera!

Abração!