O meio condiciona a história

By Eduardo Albuquerque - 3/16/2015


Nestas últimas semanas parece que uma frase tem saltado nos meus posts, que é algo tipo "o meio condiciona sua história" e para deixar registrado e com fácil acesso aqui nos anais do blog, trago este comercial da GEICO ("Unskippable") como exemplo para analisarmos mais a fundo este tema.

Vejam, TUDO pode ser uma oportunidade criativa de se contar uma história. Os caras pegaram o "problema" de ordem de negócio - os anúncios do youtube tem apenas 5 segundos "im-puláveis" - e transformaram em força, usando a problemática como solucionática, diria o Dadá Maravilha.

Este aí é o condicionamento que tanto falo que o meio dá a história. É o "formato" ditando o jeito como você desdobra sua trama. E é absolutamente necessário que você, escritor, (não necessariamente roteirista) esteja sempre ligado nisso. A forma como você escreve para o seu colega de quarto que alguém ligou para ele é totalmente diferente quando escrita no whatsapp ou num bilhete de papel, concorda? Num bilhete de papel, por conta de suas dimensões, tem de ser rápido, conciso: "Fulano ligou. 9133-4666". No Whatsapp você pode ser mais extenso e, por ser um meio digital, até usar emoticons ou outros artifícios como audio/foto/vídeo: "Colega de quarto, o Fulano ligou e pediu pra você dar um toque nele no 9133-4666. blz? To saindo e só volto amanhã Vlw! ;)"

O mesmo deve acontecer em tudo quanto é meio. Você tem que observar sua forma e entender sua alma para só depois pensar "ok, levando isso em conta, qual é a melhor forma de contar minha história?". As histórias em quadrinhos estão "confinadas" em especificidades próprias como as páginas, o layout visual delas e dos quadros dentro delas. Na TV, temos a interrupção obrigatória dos intervalos comerciais. Mas nada disso é um limitador; pelo contrário. Foi pegando estas "desvantagens" e usando-as a favor do storytelling que todos estes meios se provaram perenes para a função. Estes conjuntos de elementos único a cada meio não são sua fraqueza e sim sua virtude.

Não seja o coitadinho que vê especificidades como barreira; seja o cara criativo que as vê como obstáculo! Pule mais alto, supere-os e voe! É tipo judô, onde aprendemos a usar a força do adversário para derrubá-los. Abraçando as dificuldades e trabalhando à partir delas que nos desenvolvemos e criamos boas peças!

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